Aos poetas
Despertai, apóstolos e poetas;
Escutai os oráculos do tempo.
O ar carrega o sopro dos profetas
Retine o Hosana nas asas do vento.
O Sinai de nuvens está coberto;
Ruge o Etna no horror de seus fogos;
No entanto o Eterno dispensa as tormentas,
E para a Terra ilumina os céus.
A verdade ressurge da parábola;
Seu puro brilho toca-nos a fronte,
De nova luz o símbolo clareia,
E os raios da fé vem aquecer.
A fé, o amor, o vero sol das almas,
Aos mais obscuros mostra a claridade;
E as chamas de seu disco ela alimenta,
Pelo labor e pela caridade.
Vinde, mártires de sublime canto;
Abri a voz a estranhos lutadores.
Aos quatro ventos, sobre os nobres cimos,
Ide plantar de Jesus a humilde cruz.
A Sra. Quillet está certa quando diz que todos são chamados a concorrer à obra da renovação terrestre. Ninguém contesta a influência da poesia, mas ela se equivoca quanto ao pensamento da Sra. Foulon, quando esta diz: “O entusiasmo invadiu-me a alma e espero que seja um pouco tarde para vos entreter com o Espiritismo sério, e não com o Espiritismo poético, que não é bom para os homens. Eles não o compreenderiam.” O Espírito não entende por Espiritismo poético as ideias espíritas traduzidas pela poesia, mas o Espiritismo ideal, produto de uma imaginação entusiasta; e por Espiritismo sério, o Espiritismo científico, apoiado nos fatos e na lógica, que melhor convém à natureza positiva dos homens de nossa época, o que é objeto de nossos estudos.